Making of MAD

Por curiosidade, segue abaixo como é o meu método de criação de uma HQ.
No exemplo a seguir, a fórmula utilizada para a revista MAD é mais enxuta do que costumo usar em álbuns ou HQs com mais páginas.


A HQ desse exemplo será publicada na edição nº 48 da Mad brasileira.

O primeiro passo é ter em mente o grosso do desenrolar da história.
Defino o tripé: "Fato", "Desdobramento", "Resolução".

Depois determino quantas páginas ou quadros cada um dos três pontos irá ocupar distribuindo no número de páginas previamente determinado.

O segundo passo é montar o ESQUELETO. Em uma simulação de página defino o detalhe principal de cada quadro. É como um roteiro sem texto onde a imagem conduzirá a ação.
Esqueleto (roteiro)
O terceiro passo é desenhar. Não tenho mais o costume de desenhar a página toda. Ao invés disso, em cada folha A4, faço uma das tiras. Assim, cada página de HQ possui 3 folhas de arte final. Em um programa de edição de imagens, essas três tiras são montadas em cada página já no tamanho em que será impressa. (400 dpi, 70% de redução).

Arte à nanquim.
O quarto passo é a aplicação de cores. No caso da Mad, acabei por optar em fazer as cores digitalmente. Para mim, é mais demorado pintar no computador, porém mais limpo e controlado do que usar ecoline. Além de exigir menos tempo de tratamento e correção de curvas de cores no arquivo final.
Colorização digital
Quinto passo: Finalizado o trabalho de colorização, gero um arquivo de imagem em baixa resolução para usar como referência no FreeHand onde aplico os textos e balões. Uma curiosidade: a fonte que utilizo foi criada por mim (no bom e velho Fontographer) para imitar minha antiga caligrafia do método jurássico de escrever à mão. Os arquivos de texto são gerados em formato EPS e aplicados em cada página no mesmo programa de edição de imagens onde as cores foram criadas.
Aplicação dos textos no FreeHand
 Sexto passo: No arquivo final, faço a aplicação das molduras e de efeitos de pós produção como distorção de fontes de onomatopéias, limpeza de invasão de cores e alguns raros efeitos especiais.
Arquivo final
O arquivo final é enviado à redação da Mad no formato PDF (compressão TIFF para não desfocar as fontes).

O pequeno truque que gosto de usar é, depois de tudo pronto, aplicar sobre a camada de cores um pouco de ruído para lembrar o toque rústico de pintar à mão. Não me agrada o aspecto de leite desnatado que as cores digitais dão ao meu desenho.
Abaixo, um comparativo entre a cor sem o ruído e depois com o efeito aplicado:
Com aplicação de 5% de ruído monocromático.


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